Não à precarização no BB

O Sindicato de Brasília e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) denunciaram o Banco do Brasil por violação da legislação trabalhista à Secretaria Nacional de Inspeção do Trabalho e à Procuradoria Geral do Ministério Público do Trabalho e
solicitaram audiências aos ministros da Fazenda (Guido Mantega), do Planejamento (Paulo Bernardo) e do Trabalho (Carlos Lupi) para tentar impedir a implementação da reestruturação que o BB está anunciando para esta segunda-feira 7, que trará demissões, fechamento de unidades e terceirização de serviços.
O Sindicato de Brasília e a Contraf/CUT estão publicando na edição desta segunda-feira 7 no jornal Correio Braziliense o seguinte anúncio denunciando a direção do banco:
FATO RELEVANTE

Após lucro de R$ 6 bilhões, demissões no BB

O Banco do Brasil está lançando hoje, às vésperas de completar 200 anos, mais um programa de reestruturação envolvendo demissões, fechamento de unidades e terceirização de serviços. É a continuação do processo iniciado em 1995 no governo FHC.
Os funcionários do BB conhecem as conseqüências desses programas. Já enfrentaram em governos passados outros similares, como o Abrindo a Caixa Preta, Novo Rosto, Plano de Demissões Voluntárias (PDV), Plano de Adequação (PAQ) e Programa de Aposentadoria Incentivada (PAI).

Funcionários e funcionárias do país inteiro estão em estado de tensão máxima ante a perspectiva de medidas que prevêem fechamento de unidades e demissões. Representam uma agressão contra os mais de 85 mil trabalhadores do BB, que têm construído por anos seguidos os maiores
lucros do Sistema Financeiro Nacional. Somente em 2006 foram R$ 6 bilhões de lucro líquido.

A direção do BB, que se apresenta ao mercado como defensora das melhores práticas de governança corporativa, da transparência e de responsabilidade socioambiental, sequer procurou as entidades sindicais para discutir um pacote que mexerá novamente com a vida de milhares de pessoas. E que certamente vai piorar o atendimento aos clientes.

É estranho que, enquanto o governo adota medidas para destravar gargalos para o crescimento da economia e do nível de emprego, uma empresa que tem a União como acionista controlador anuncie um pacote de medidas que vai na direção contrária ao que quer o governo federal.
Pois redução de postos de trabalho, demissões e terceirização de serviços não têm sido o discurso do atual governo — e não é o que outras empresas públicas estão fazendo, inclusive a Caixa Econômica Federal, que estão acabando com a terceirização.

As medidas anunciadas hoje são típicas do pensamento dominante que ainda reina no Banco do Brasil, mesmo depois de quatro anos de Governo Lula. Predominam uma visão e uma prática semelhantes aos dos bancos privados, focadas exclusivamente na venda de produtos e na busca de lucros, desprezando o imprescindível papel estratégico que o BB pode e deve desempenhar para abaixar os juros, reduzir tarifas e fomentar o desenvolvimento econômico do país.

O funcionalismo do BB já denunciou inúmeras vezes esse desvirtuamento da função que um banco público deve desempenhar para ajudar o Brasil a crescer, gerar empregos e ampliar a inclusão social.

O Sindicato dos Bancários de Brasília e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) estão tomando uma série de medidas nos campos jurídico e político (o que inclui pedidos de audiências com os ministros da Fazenda, do Planejamento e do Trabalho e
com o Ministério Público do Trabalho, além de gestões no Congresso Nacional) para impedir que o BB implemente essas medidas nocivas aos bancários e à sociedade brasileira.

Do governo federal, responsável pela direção do banco, esperamos o mesmo sentimento, cobrando mudança de rota, pois um governo democrático e popular não pode concordar que seus subordinados apliquem medidas iguais às de governos passados, que tiveram resultados desastrosos para a empresa e para o funcionalismo. É isso o que os funcionários esperam
do presidente Lula.

Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro
Sindicato dos Bancários de Brasília
Powered by ScribeFire.

Comentários

  1. Carlos Eduardo, o BB está na contramão da História ao precarizar as relações de trabalho e acenar com demsisões forçadas de colegas. Essa não era a política que o povo brasileiro, verdadeiro dono do Banco merecia. Jurandi Pereira (João Pessoa PB)

    ResponderExcluir
  2. A história nos mostrou a década perdida de FHC e agora, infelizmente, nova investida surge. Não tomamos posse do BB. Mas quem tomou posse está procurando implementar o caminho da terceirização, precarização de políticas públicas e a bradesquização do BB.
    O responsabilidade social com os funcionários é paliativa de propostas nocivas, a exemplo o paq (ou pdv?).
    Vamos a luta companheiro.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

compartilhe seu comentário.

Postagens mais visitadas