Terceirização no BB pela COBRA tem relação com outros prejuízos

Quarta-feira, 13/06/2007 - 10h41m

TECNOLOGIA E TELECOMUNICAÇÃ O - Cobra estuda entrada em manufatura


De São Paulo

A Cobra Tecnologia registrou um prejuízo de R$ 12,5 milhões no primeiro trimestre e está reduzindo suas operações, com corte de funcionários, mas estuda entrar na área de manufatura. A empresa, conforme apurou o Valor, avalia a possibilidade de produzir caixas de auto-atendimento bancário, o chamado ATM. A informação foi confirmada pelo presidente interino da Cobra, Jorge Wilson. "Estamos conversando com alguns fornecedores de equipamentos para eventuais parcerias", disse. "Faz todo o sentido entrarmos nesse negócio."
Pertencente ao Banco do Brasil (BB), a Cobra só presta serviços de manutenção e suporte aos ATMs, equipamentos que são produzidos por empresas como Itautec, Diebold Procomp e Perto. "Ainda não temos um plano concreto, mas trabalharemos nisso", comentou Wilson.
Antes de pensar em produzir equipamentos, porém, a Cobra terá que resolver suas pendências financeiras, como a que detém com a Itautec. Nos últimos dias, a Cobra assumiu a manutenção de 10 mil caixas de auto-atendimento do Banco do Brasil, um serviço que há anos era prestado pela Itautec. A transferência ocorreu porque a Itautec não vinha recebendo da Cobra, que era responsável pelo contrato. Jorge Wilson reconhece que a Cobra tem dívidas com a empresa. Segundo ele, houve tentativa de renegociar o contrato, mas não se chegou a um acordo.
"A Cobra tem problemas financeiros crônicos", afirma Guilherme Archer de Castilho, diretor geral da Itautec. "Somos só mais um fornecedor com pendências a serem resolvidas."
A Cobra tem enxugado suas operações. A reportagem apurou que, no último mês, a empresa fechou dez dos seus 35 Centros de Atendimento Técnico (CAT) espalhados pelo país. Com a decisão, deixou de ter prestação local de serviços em cidades como Cuiabá (MT), Uberaba (MG), Presidente Prudente (SP), Itabuna (BA). Em algumas cidades, foi mantido apenas o estoque de peças para manutenção de caixas e agências bancárias. "Estamos buscando eficiência operacional" , diz Wilson. "Avaliamos a situação e concluímos que esses centros seriam dispensáveis. "
A Cobra tem cerca de 2,8 mil funcionários. As mudanças recentes resultaram na demissão de 150 pessoas, segundo o executivo. Mais cortes estão por vir.
Há quase um ano a estatal aguarda um aporte do controlador. Segundo Wilson, o banco tomará uma decisão em meados de julho, quando receberá um raio-x da empresa elaborado pela consultoria Boucinhas &Campos.
Em documento interno enviado nos últimos dias, a Cobra informou aos funcionários que tem a meta de economizar, imediatamente, R$ 3 milhões por mês. Para isso, vai renegociar contratos com fornecedores, dispensar funcionários e rever processos de logística.
Segundo Wilson, os resultados dos próximos meses tendem a ser melhores que os do primeiro trimestre. Recentemente, a Cobra fechou um acordo com a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev), que deverá lhe pagar cerca de R$ 10 milhões no prazo de seis meses. Outra negociação chegou a termo com a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, que na semana passada pagou R$ 7 milhões à Cobra. Faltam cerca de R$ 14 milhões. "Estamos apenas definindo um cronograma para esse pagamento." (AB)

Fonte: Valor Econômico



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