Obrigado Agripino! Texto do companheiro Sergio Braga
Recebi ontem, 08 de maio, por intermédio de vários companheiros do movimento sindical,
um vídeo contendo aquilo que quero chamar aqui, com o devido exagero alegórico, de “A
Vitória dos que têm direito a viver”.
Foi difícil escrever este texto. Tive que por várias vezes parar para secar as lágrimas
– sem nenhum pieguismo - que me caíam aos cântaros involuntariamente. Lembrei-me de
todas as pessoas que pude, inclusive do avô e tios, que tiveram de mentir assim como
teve que fazê-lo Dilma. Alguns obtiveram sucesso (sucesso?) diante da dor e da
ignonímia. Outros foram humanos. Não conseguiram. Não conseguiram inclusive sobreviver.
No Brasil, a democracia na maior parte da sua história, sempre foi merecedora do
desprezo dos Agripinos. Eles, inclusive, aproveitam-se dela, para lançar sobre outrem
acusações que deviam fazer diante do espelho.
Todavia ele, logo ele, um mui digno representante da escuridão, nos ofereceu a
oportunidade que talvez nós mesmos não tivéssemos a competência de construir. E logo
ela, e tinha de ser ela, vestiu novamente a armadura, e desta vez não para resistir à
tortura, mas para ensinar.
Como uma professora carrancuda, mas dona de didática irrepreensível, sob os holofotes da
mídia, em cadeia nacional, sem sequer ter pedido nada disso, a ex-guerrilheira ensinou
com firmeza e embargos na voz.
Com a tolerância dos que tiveram corpo e vida marcados brutalmente pela violência dos
contrários como ele, ensinou-lhe que democracia, paz e liberdade são valores universais,
e que ele errou profundamente em não defendê-los quando estavam oprimidos pela
obscuridade.
Que ser humano algum deve ter qualquer tipo de compromisso firmado com qualquer coisa
que não tenha como princípio basilar esses conceitos.
Que os torturados de ontem estavam a garantir hoje, que até mesmo os Agripinos de ontem,
pudessem exercer a sua “agripinidade” hoje sem nenhuma vingança, pois foi por isso
muitos entregaram a própria vida sem nenhuma dúvida.
Que homens e mulheres devem amar a perspectiva, apaixonar-se por ela, e não sucumbir aos
níqueis oferecidos pelo autoritarismo, tapando os olhos para o direito à vida.
Que não devemos jogar na lata do lixo tudo o que brasileiros de primeira linha
conseguiram construir, mesmo com a oposição de gente de quinta categoria como o nobre
senador.
Enfim, devemos agradecer. Obrigado senador! A sua pergunta na CPI não-sei-de-quê ,
contribuiu para a consolidação da democracia, e lhe redimiu 0,5% da culpa. Faltam ainda
99,5%. Aproveita, e chama os pais do Alexandre Vanuchi e os parentes do Herzog, pois aos
próprios o senhor não mais poderá perguntar nada. Eles não conseguiram como Dilma,
sobreviver.
Sérgio Braga.
um vídeo contendo aquilo que quero chamar aqui, com o devido exagero alegórico, de “A
Vitória dos que têm direito a viver”.
Foi difícil escrever este texto. Tive que por várias vezes parar para secar as lágrimas
– sem nenhum pieguismo - que me caíam aos cântaros involuntariamente. Lembrei-me de
todas as pessoas que pude, inclusive do avô e tios, que tiveram de mentir assim como
teve que fazê-lo Dilma. Alguns obtiveram sucesso (sucesso?) diante da dor e da
ignonímia. Outros foram humanos. Não conseguiram. Não conseguiram inclusive sobreviver.
No Brasil, a democracia na maior parte da sua história, sempre foi merecedora do
desprezo dos Agripinos. Eles, inclusive, aproveitam-se dela, para lançar sobre outrem
acusações que deviam fazer diante do espelho.
Todavia ele, logo ele, um mui digno representante da escuridão, nos ofereceu a
oportunidade que talvez nós mesmos não tivéssemos a competência de construir. E logo
ela, e tinha de ser ela, vestiu novamente a armadura, e desta vez não para resistir à
tortura, mas para ensinar.
Como uma professora carrancuda, mas dona de didática irrepreensível, sob os holofotes da
mídia, em cadeia nacional, sem sequer ter pedido nada disso, a ex-guerrilheira ensinou
com firmeza e embargos na voz.
Com a tolerância dos que tiveram corpo e vida marcados brutalmente pela violência dos
contrários como ele, ensinou-lhe que democracia, paz e liberdade são valores universais,
e que ele errou profundamente em não defendê-los quando estavam oprimidos pela
obscuridade.
Que ser humano algum deve ter qualquer tipo de compromisso firmado com qualquer coisa
que não tenha como princípio basilar esses conceitos.
Que os torturados de ontem estavam a garantir hoje, que até mesmo os Agripinos de ontem,
pudessem exercer a sua “agripinidade” hoje sem nenhuma vingança, pois foi por isso
muitos entregaram a própria vida sem nenhuma dúvida.
Que homens e mulheres devem amar a perspectiva, apaixonar-se por ela, e não sucumbir aos
níqueis oferecidos pelo autoritarismo, tapando os olhos para o direito à vida.
Que não devemos jogar na lata do lixo tudo o que brasileiros de primeira linha
conseguiram construir, mesmo com a oposição de gente de quinta categoria como o nobre
senador.
Enfim, devemos agradecer. Obrigado senador! A sua pergunta na CPI não-sei-de-quê ,
contribuiu para a consolidação da democracia, e lhe redimiu 0,5% da culpa. Faltam ainda
99,5%. Aproveita, e chama os pais do Alexandre Vanuchi e os parentes do Herzog, pois aos
próprios o senhor não mais poderá perguntar nada. Eles não conseguiram como Dilma,
sobreviver.
Sérgio Braga.
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