Tese da Articulação ao 21o. CNFBB - 3a. parte

Negociações e Organização do Movimento

Devemos manter a unidade em torno da mesa da FENABAN naquilo que é comum aos trabalhadores bancários: índice de reajuste, PLR, ticket, cesta alimentação e auxílios, durante a Campanha Salarial.

Já as questões específicas de cada corporação devem ser debatidas em mesas próprias. Sejam elas Temáticas ou na Mesa Permanente de Negociação. O tempo para essas negociações não é, necessariamente, o mesmo da campanha salarial, haja vista que temas como PCC/PCS e condições de trabalho extrapolam o espaço temporal de uma campanha salarial

Antes da Campanha Salarial, atos, mobilizações e paralisações são específicos de acordo com a pauta de negociações permanente. Porém, defendemos que as atividades de campanha salarial sejam conjuntas: assembléias, paralisações, mobilizações, etc, solidificando nossa luta.

O funcionalismo deve estar mobilizado para a luta e conquistar seus objetivos, sob a liderança responsável dos Sindicatos e negociações, que devem ser efetivadas pela CONTRAF-CUT, assessorada pela Comissão de Empresa dos Funcionários, a ser formada a partir das indicações das Federações através de seus fóruns de deliberações.

Nos últimos 7 anos a categoria bancária, principalmente os funcionários segmentados como pós-98, só conseguiu arrancar ganhos significativos nos acordos com grandes mobilizações. Através de greves, que se tornaram históricas nessa década, a luta dos trabalhadores foi coroada com êxito no retorno de direitos que as gestões DEM/PSDB haviam tirado da categoria.

As discussões sobre reajuste real de salários tomaram forma e essa se tornou uma das principais bandeiras da luta dos trabalhadores bancários, junto com as condições de saúde e trabalho, isonomia e valorização do piso salarial. Essa deve ser a deliberação do Congresso para manutenção das mesas concomitantes de negociação( Fenaban e BB), além da inclusão de novas mesas temáticas para o acordo coletivo 2010/2011.

Em 2009, 80% das negociações salariais realizadas por 692 categorias de trabalhadores brasileiros - ou 553 instrumentos firmados - conquistaram aumento real de salários e outros 88 documentos (quase 13% do total) asseguraram, no mínimo, a reposição da inflação com base no INPC-IBGE. Estas informações constam dos Estudos e Pesquisas nº 49, elaborado pelo DIEESE que mostra, ainda, que os reajustes salariais foram pouco afetados pela crise econômica internacional deflagrada nos últimos meses de 2008.

Esta foi a sexta vez consecutiva em que cerca de 80% das categorias conquistaram reajustes em percentual igual ou superior à inflação oficial. Capitaneados pela CUT, os trabalhadores, dentre eles os bancários lograram conquistar mais um ano de bons resultados nas negociações salariais.

Agora a organização do movimento passa também por defender um projeto muito mais amplo que a luta apenas pela correção dos salários ou ganhos de aumento. Vivemos um momento interessante não apenas para a categoria bancária, mas para o conjunto dos trabalhadores brasileiros como um todo.

Este congresso tem o dever de manter o papel de nossa categoria na política nacional. Fomos, somos e seremos agentes de intervenção e discussão, defensores dos direitos trabalhistas, da sua ampliação e equidade. Uma categoria que traz, orgulhosa, em sua história o a condição de interlocutora dos anseios da sociedade. Estivemos presentes em todos os momentos importantes da história do país e não podemos nos furtar de mais uma vez sermos protagonistas nesse momento histórico. De lutarmos pelo crescimento e desenvolvimento econômico e social do país. Devemos reforçar a luta pela redução da jornada, pela ratificação das convenções 156 e 158 da OIT e pela regulamentação do artigo 192 da Constituição Federal.

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