Artigo: Mais respeito! por Anabele Silva *
Pare um pouco e pense. Qual é o momento mais feliz no seu trabalho? Quando você chega e encontra os colegas, vê tudo que há para ser feito e começa a fazê-lo ou quando, depois de ter trabalhado quase sem descanso ou tempo para olhar o companheiro ao lado, olha no seu monitor e se dá conta de que faltam poucos minutos para ir embora? Se você escolheu a segunda opção não se sinta culpado. Não é que você não goste de trabalhar, seja preguiçoso ou descomprometido com a empresa. Como dizem por aí “o buraco é mais embaixo”.
A lógica em que o trabalho está organizado hoje é que tem feito dele um processo torturante. Temos cada vez mais tecnologia e aparatos que poderiam diminuir nossa carga de trabalho, mas isso não tem acontecido. A realidade nos bancos, hoje, é de cobranças e metas “desafiadoras”.
Nesse processo a responsabilidade pela ascensão profissional ou mesmo a manutenção do emprego é colocada toda nos ombros do trabalhador. Ou seja, se você for capaz de assumir os “desafios” lançados aos novos profissionais poderá ter um futuro brilhante em sua carreira. Entretanto, a experiência tem se mostrado bastante diferente. Na hora de demitir, os bancos escolhem os empregados mais “caros”, que por conseguinte acabam sendo os mais preparados, experientes e qualificados. Admitem aquele que vai pesar menos na folha de pagamento no lugar daquele, numa visível e aviltante rotatividade de mão-de-obra.
O resultado de tudo isso pode ser analisado nos dados que mostram a aumento assustador no número de afastamentos por adoecimento mental. Nós que já somos a categoria mais adoecida por problemas físicos, agora temos visto colegas afastarem-se do banco por depressão, estresse, síndrome do pânico, entre outros males psíquicos. Não é de se espantar então que uma pesquisa realizada neste ano pela Contraf/CUT tenha mostrado que os bancários estão mais preocupados com o fim das metas abusivas e de todas as formas de assédio do que especificamente com questões salariais. Já cheguei a ouvir de outro colega que “abriria mão da PLR em troca de condições de trabalho melhores”.
Não queremos que as reivindicações de saúde sejam atendidas em detrimento da melhora das questões salariais da nossa categoria. Queremos sim aumento real, melhoria no piso dos bancários, PLR maior e também o fim desse processo massacrante de trabalho. Queremos que os bancos cumpram seu papel social para que nós, bancários, também possamos nos enxergar como agentes de transformação na melhoria do nosso país. É por isso que lutamos em favor disso e nos lançaremos com força e determinação na nossa Campanha Nacional 2010.
* Anabele Silva é secretária de Comunicação do Sindicato (PE) e empregada da Caixa
A lógica em que o trabalho está organizado hoje é que tem feito dele um processo torturante. Temos cada vez mais tecnologia e aparatos que poderiam diminuir nossa carga de trabalho, mas isso não tem acontecido. A realidade nos bancos, hoje, é de cobranças e metas “desafiadoras”.
Nesse processo a responsabilidade pela ascensão profissional ou mesmo a manutenção do emprego é colocada toda nos ombros do trabalhador. Ou seja, se você for capaz de assumir os “desafios” lançados aos novos profissionais poderá ter um futuro brilhante em sua carreira. Entretanto, a experiência tem se mostrado bastante diferente. Na hora de demitir, os bancos escolhem os empregados mais “caros”, que por conseguinte acabam sendo os mais preparados, experientes e qualificados. Admitem aquele que vai pesar menos na folha de pagamento no lugar daquele, numa visível e aviltante rotatividade de mão-de-obra.
O resultado de tudo isso pode ser analisado nos dados que mostram a aumento assustador no número de afastamentos por adoecimento mental. Nós que já somos a categoria mais adoecida por problemas físicos, agora temos visto colegas afastarem-se do banco por depressão, estresse, síndrome do pânico, entre outros males psíquicos. Não é de se espantar então que uma pesquisa realizada neste ano pela Contraf/CUT tenha mostrado que os bancários estão mais preocupados com o fim das metas abusivas e de todas as formas de assédio do que especificamente com questões salariais. Já cheguei a ouvir de outro colega que “abriria mão da PLR em troca de condições de trabalho melhores”.
Não queremos que as reivindicações de saúde sejam atendidas em detrimento da melhora das questões salariais da nossa categoria. Queremos sim aumento real, melhoria no piso dos bancários, PLR maior e também o fim desse processo massacrante de trabalho. Queremos que os bancos cumpram seu papel social para que nós, bancários, também possamos nos enxergar como agentes de transformação na melhoria do nosso país. É por isso que lutamos em favor disso e nos lançaremos com força e determinação na nossa Campanha Nacional 2010.
* Anabele Silva é secretária de Comunicação do Sindicato (PE) e empregada da Caixa
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