O ataque aos sindicatos foi retomado
Me chama a atenção a quantidade de artigos e colunas nos grandes jornais de hoje questionando a atuação política dos sindicatos e centrais sindicais em torno da agenda nacional. República de sindicalistas, ilegitimos atores sociais, oportunistas do salário mínimo. O interessante é que até agora não vi nenhum artigo respondendo estas versões. Assim sendo, ofereço minha contribuição em defesa dos representantes da classe trabalhadora. Em particular, dois me motivaram a argumentar um pouco.
Luiz Werneck Vianna é professor-pesquisador da PUC-RJ. Ex-presidente da Anpocs, integra seu comitê institucional e escreve no Valor Econômico as segundas feiras. Com uma escrita nada sutil procura em sua matéria a desqualificação às demandas sindicais recentes e a postura do novo governo, numa clara e evidente ação de ruptura do diálogo e negociação. Também quanto a participação no poder tenta generalizar os sindicalistas como donos do poder e controladores dos cargos do governo. Interessante o restante das matérias que falam o tempo todo em reduzir gastos do Estado (diminuir o Estado) para reduzir juros.
Os sindicatos e as centrais estão cumprindo um papel que reforça a democracia brasileira ao interferir no poder das elites brasileiras. Lembro das análises acadêmicas de Pareto e Tocqueville, bem como Locke e Montesquieu.
A representação dos interesses mais difusos do povo, em particular dos trabalhadores, não precisa ser subordinada a estrutura de poder político anterior a Lula. Pelo contrário, os trabalhadores estão desmarginalizados para disputar a opinião nacional e, como qualquer outro ator social, convencer ou não da razoabilidade de suas demandas. Isso permitiu que nos superássemos a crise financeira de 2008 e estabelecêssemos políticas nacionais importantes como reajuste do mínimo, da tabela do IR, da aposentadoria para os agricultores familiares, do aumento real, do crédito consignado, do emprego e da renda.
Esta desaceleração econômica não pode ser as custas dos trabalhadores. Se Dilma não entender isso, paciência, vamos continuar sindicateando. Mas não vamos desqualificar o governo que tem mantido interlocução para negociar o que antes era execrado. A máxima decrépita de que aumento de salário era inflação alta foi desmistificado. Temos que avançar em mais conquistas para os trabalhadores e para o povo.
Quanto ao Paulo Delgado do Globo que tenta a todo custo tornar os sindicalistas, marajás da sociedade, salta aos olhos o inquietante adjetivo perjorativo em tudo que fala. Se os sindicatos e as centrais tivessem o poder que nos apregoa com certeza já teríamos a democratização da mídia, jornada de trabalho de seis horas, fim da terceirização, ratificação e regulamentação da conveção 158 da OIT e das práticas antisindicais.
Há muitos com bastante preparo para esclarecer e, pelo contraditório, contrapor o que se está tentando fazer através do Globo e do Valor de hoje.
Deixo meu pitaco. E olha que estou de férias.
Luiz Werneck Vianna é professor-pesquisador da PUC-RJ. Ex-presidente da Anpocs, integra seu comitê institucional e escreve no Valor Econômico as segundas feiras. Com uma escrita nada sutil procura em sua matéria a desqualificação às demandas sindicais recentes e a postura do novo governo, numa clara e evidente ação de ruptura do diálogo e negociação. Também quanto a participação no poder tenta generalizar os sindicalistas como donos do poder e controladores dos cargos do governo. Interessante o restante das matérias que falam o tempo todo em reduzir gastos do Estado (diminuir o Estado) para reduzir juros.
Os sindicatos e as centrais estão cumprindo um papel que reforça a democracia brasileira ao interferir no poder das elites brasileiras. Lembro das análises acadêmicas de Pareto e Tocqueville, bem como Locke e Montesquieu.
A representação dos interesses mais difusos do povo, em particular dos trabalhadores, não precisa ser subordinada a estrutura de poder político anterior a Lula. Pelo contrário, os trabalhadores estão desmarginalizados para disputar a opinião nacional e, como qualquer outro ator social, convencer ou não da razoabilidade de suas demandas. Isso permitiu que nos superássemos a crise financeira de 2008 e estabelecêssemos políticas nacionais importantes como reajuste do mínimo, da tabela do IR, da aposentadoria para os agricultores familiares, do aumento real, do crédito consignado, do emprego e da renda.
Esta desaceleração econômica não pode ser as custas dos trabalhadores. Se Dilma não entender isso, paciência, vamos continuar sindicateando. Mas não vamos desqualificar o governo que tem mantido interlocução para negociar o que antes era execrado. A máxima decrépita de que aumento de salário era inflação alta foi desmistificado. Temos que avançar em mais conquistas para os trabalhadores e para o povo.
Quanto ao Paulo Delgado do Globo que tenta a todo custo tornar os sindicalistas, marajás da sociedade, salta aos olhos o inquietante adjetivo perjorativo em tudo que fala. Se os sindicatos e as centrais tivessem o poder que nos apregoa com certeza já teríamos a democratização da mídia, jornada de trabalho de seis horas, fim da terceirização, ratificação e regulamentação da conveção 158 da OIT e das práticas antisindicais.
Há muitos com bastante preparo para esclarecer e, pelo contraditório, contrapor o que se está tentando fazer através do Globo e do Valor de hoje.
Deixo meu pitaco. E olha que estou de férias.
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