Bancos geram mais empregos; renda cai. Matérias no Diário e no OPovo

Diário do Nordeste
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Bancos geram mais empregos; renda cai

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Quadro de profissionais dos bancos teve alta de 5% ante 2009, quando demissões superaram admissões
FOTO: NEYSLA ROCHA
25/3/2011 
Seguindo ritmo do País, empregos formais nos bancos do Ceará cresceram 5% no ano passado
O crescimento mais intenso da economia nacional no ano passado proporcionou às instituições bancárias um maior nível de contratações em todo o País. No Ceará, o saldo no quadro de empregos em bancos foi de 193 postos de trabalho, de janeiro a dezembro de 2010: 642 pessoas foram admitidas e 449 se desligaram de suas vagas, de acordo com a Pesquisa de Emprego Bancário (PEB), realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em parceria com o Dieese, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Os números indicam um crescimento de 5% na criação de postos em relação a 2009, ano em que as demissões superaram as contratações.

O presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra, celebra os avanços no número de funcionários admitidos, mas alerta para a redução na massa salarial, fenômeno verificado também nas demais regiões. No Estado, a remuneração média de admissão foi de R$ 1.870,14, enquanto o salário dos demitidos teve uma média de R$ 2.984,29.

Rotatividade
"Essa é uma prática comum dos bancos, que usam a rotatividade para reduzir os gastos com a folha salarial", afirma. Bezerra destaca que 42% dos novos funcionários dos bancos cearenses estão na faixa etária de 18 e 24 anos, a maioria com nível superior incompleto ou recém-formada. Já profissionais com mais de 50 anos de idade e maior nível de formação acadêmica representam 26% dos desligamentos, dos quais em 52% dos casos, segundo ele, os demitidos possuem ensino superior completo. "As contratações de mais jovens também são um indício dessa intenção de reduzir a massa salarial, já que eles entram com remuneração inferior", analisa Bezerra.

Mulher ganha menos
Conforme o presidente do Sindicato, a diferença dos ganhos entre os gêneros, que ainda acontece em diversos setores da economia, persiste também no segmento bancário. Conforme a pesquisa, os salários iniciais femininos são 18% inferiores aos masculinos no Ceará. Enquanto eles ganham cerca de R$ 2.000, em média, nas admissões, elas recebem apenas R$ 1.660.

No País
Em tendência similar à cearense, o emprego formal no setor bancário brasileiro cresceu 5,19% no ano passado, com a criação de 24.032 postos, ante redução de 621 vagas em 200. De acordo com o levantamento, o setor foi responsável por uma fatia de 1,12% do total de 2.136.947 postos de trabalho gerados em todos os setores da economia brasileira em 2010.

Em 2010, o setor bancário do País contratou 57.450 pessoas e desligou de seus quadros 33.418 funcionários. De acordo com o Dieese, o emprego formal nos bancos cresceu de forma robusta assim como em praticamente toda a economia do País. As mulheres ocuparam 53% das vagas criadas em 2010 no setor bancário (12.735), enquanto os homens foram responsáveis por 11 297 postos. No entanto, os salários delas continuam, em média, mais baixos. As trabalhadoras que deixaram seus empregos saíram com rendimento médio de R$ 2.887,21, valor 28,71% inferior ao dos homens desligados (R$ 4.049,92).

VICTOR XIMENESREPÓRTER
Jornal O POVO
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Bancário ganha 37% a menos

O saldo de empregos bancários foi de 193 novas contratações no ano passado no Ceará. Foram 642 novos postos de trabalho e 449 demissões. No mesmo período, os salários médios caíram 37,33%
25.03.201101:30

61,69% dos bancários cearenses desligados pediram demissão
 (FCO FONTENELE)61,69% dos bancários cearenses desligados pediram demissão (FCO FONTENELE)

Quem utiliza o serviço de agências bancárias viu o número de funcionários crescer no ano passado na comparação com 2009. Foram saldo de 193 contratações no Ceará. No entanto, paralelo ao incremento, os salários médios caíram 37,33%. Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego (Caged).

“Os bancos estão utilizando o processo de rotatividade do emprego para reduzir o gasto com a folha de trabalho”, criticou o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra.

Segundo ele, os 642 funcionários admitidos em 2010 no Ceará recebiam salários médios de R$ 1.870, 14. Já os 449 que foram demitidos no ano, tinham rendimentos médios de R$ 2.984,29.

No País, em 2010, foram gerados 24.032 novos postos de trabalho nos bancos, uma expansão de 5,19%. A remuneração média dos admitidos foi de R$ 2.188,43 contra R$ 3.506,88 dos desligados, diferença de 37,60%.

Os bancos contribuíram com 1,12% do emprego gerado no país. Todos os setores somaram 2.136.947 postos de trabalho no ano passado. São oito mil bancários na ativa no Ceará e quase 480 mil no país.

Perdas para a população
Bezerra alega que as menores remunerações e as contratações de pessoas para o primeiro emprego podem afetar o nível do atendimento bancário. Representam 56,85% os contratados para a experiência inicial. 

Outro dado que chama a atenção é a quantidade de bancários que pediram demissão no ano passado. Entre os 449 bancários desligados em 2010, 61,69% pediram demissão. Nacionalmente, os bancários que pediram demissão em 2010 representam 49%.

“A política de estruturação do serviço bancário se tornou exaustiva. Eles são cobrados pela venda de produtos e serviços bancários diariamente”, destacou Bezerra.

Para o assessor jurídico da Associação dos Banco do Estado do Ceará (Abance), Lúcio Paiva, o emprego vai continuar crescendo. Sobre a questão dos salários, ele explicou que os contratados em geral estão em início de carreira. As demissões mostram que as pessoas saem em busca de novas oportunidades.

Como

ENTENDA A NOTÍCIA

Há alguns anos, a profissão de bancário era uma das mais desejadas pelos jovens em virtude da estabilidade e dos altos salários. Agora, maiores contratações e salários mais baixos deixam a carreira menos atraente.


Teresa Fernandes
teresafernandes@opovo.com.br

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