CARTA AOS BANCÁRIOS DO MARANHÃO

Não deixe tirarem o Maranhão da unidade nacional dos bancários

O Plebiscito da CUT dos Bancários do Maranhão demonstra a importância real de ação sindical. A direção atual do Sindicato não cumpre suas responsabilidades associativas desde que tomou posse. Estão inadimplentes  com a contribuição financeira à CUT, a qual são filiados,  e à Federação dos Bancários do Nordeste, idem. 

Durante a Campanha em defesa da CUT aconteceu um fato novo e interessante. Um bancário de história sindical no Maranhão, Costa, divulgou uma Carta Pública aos Bancários da Base do Sindicato. O conteúdo é de extrema relevância para muitos que o conhecem, mas também àqueles que ingressaram na categoria recentemente. 

Continuamos na luta da Construção da Unidade Nacional dos Bancários. Somos fortes, somos CUT.

Leia e confira o que diz a CARTA AOS BANCARIOS DO MARANHAO. Por fim disponibilizo o Jornal da CUT sobre o debate em curso. Nos dias 24, 25 e 26, vote NÃO DESFILIAR DA CUT.

CARTA AOS BANCÁRIOS DO MARANHÃO

São Luis-MA, 17 de maio de 2011
Caros colegas,
Mais uma vez estamos diante de um novo e intempestivo plebiscito para deliberar sobre a saída ou não da CUT. No último plebiscito quando ainda compunha a diretoria do SEEB-MA, votei pelo sim, mas naquela ocasião, supunha que a deliberação da diretoria estava motivada única e exclusivamente pelo bem estar dos bancários. Ledo engano, só depois percebi tratar-se de um projeto personalista, que tinha como escopo afagar o ego daqueles que querem partidarizar o nosso sindicato. Não são todos os diretores, pois alguns não são filiados a qualquer partido e mesmo sendo, têm a luta dos bancários como meta prioritária.
Querem transformar o nosso sindicato num feudo partidário. Os adeptos dessa teoria não medem esforços para consumar suas ideologias.
Renegam os companheiros de luta. São egocêntricos na busca sectária dos seus objetivos utópicos. Enquanto os colegas tiram o chapéu para eles, são considerados companheiros, a partir do momento em que divergem dos seus métodos de luta, são considerados inimigos.
Não quero entrar no mérito se a CUT está ou não cumprindo a contento seu papel como entidade representativa dos trabalhadores, até porque o plebiscito não enseja essa discussão, mas tão somente a saída da CUT para filiação à CONLUTAS. Os tempos são outros, estamos vivendo um período de plena democracia e estado democrático de direito, onde os trabalhadores têm voz e voto, bem diferente dos tempos de FHC, onde os trabalhadores eram alijados das discussões trabalhistas, que ensejavam, portanto, métodos de luta bem mais aguerridos.
Ademais, qualquer insatisfação com a atuação da CUT, deve ser manifestada nos fóruns competentes. Logo agora que as Centrais Sindicais adquiriram competência jurídica para demandar em nome dos trabalhadores, querer desvincular-se dessa Central para filiar-se a um factóide de Central que é a CONLUTAS, é intentar contra o bem estar de cada bancário. Como poderemos nos filiar a uma entidade que não é uma Central Sindical, pois para tanto falta-lhe os requisitos necessários exigidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego?
Fui  sindicalista por quinze anos e diretor do Sindicato dos Bancários em três gestões, sempre me dedicando com afinco às reivindicações da categoria.
A partir do momento em que comecei a divergir dos métodos de companheiros que querem transformar o sindicato numa trincheira partidária em detrimento das reivindicações trabalhistas, fui considerado por estes um inimigo e assim passei a ser tratado. Fato que culminou com a minha renúncia da atual gestão do SEEBMA.
Considerava encerrado o meu ciclo sindical, mas a partir do momento em que se volta a discutir os destinos do nosso sindicato, não poderia ficar omisso e quero, portanto, dar a minha parcela de colaboração nesse processo.
Portanto colegas, no plebiscito dos dias 24, 25 e 26 de maio, vote NÃO à saída da CUT e filiação à CONLUTAS.

Raimundo Araújo Costa Filho*
* Ex diretor jurídico do SEEB-MA e funcionário do BNB






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No plebiscito do Maranhão, vote 'Não' para manter o Sindicato na CUT
Numa assembléia altamente antidemocrática no velho estilo pelego, convocada numa quarta-feira (13/04) para ser realizada no sábado (16/4), à tarde, num estado do tamanho do Maranhão, sem garantir a fala dos discordantes, os diretores atuais do Sindicato local, ligados ao PSTU e ao PSOL, aprovaram a realização de novo plebiscito com o propósito de desfiliar a entidade dos bancários maranhenses à CUT.

O plebiscito será realizado de 24 a 26 de maio. Há três anos, a mesma diretoria realizou a mesma consulta aos bancários do Maranhão, que disse um sonoro "Não" a essa proposta tão descabida e manteve o Sindicato filiado à CUT.

"A proposta é descabida porque os bancos são empresas nacionais e suas negociações também são em bloco, ou seja, negociam conjuntamente. A divisão dos bancários, na outra ponta, só enfraquece a nossa luta, dificultando avançarmos e termos mais conquistas. E é isso que temos obtido nos últimos anos, muitas conquistas", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

"Mesmo sem previsão orçamentária, porque é o dinheiro do bancário que está sendo queimado dessa maneira irresponsável e faltando apenas um ano para terminar o mandato dessa diretoria, desrespeitam a categoria e tentam perpetrar um golpe", acrescenta Miguel Pereira, secretário de Organização da Contraf-CUT.

Tentativa de golpe

A Contraf-CUT considera um golpe a manobra dos diretores do Sindicato MA porque no processo de consulta anterior, a assembleia foi convocada com dois meses de antecedência e as regras do Regulamento Eleitoral do Estatuto da entidade foram observadas e acordadas como referência. Foi definido roteiro de urnas, paridade entre mesários, guarda de urnas, tudo o que é essencial para a lisura de qualquer pleito sindical. E até o momento a Comissão Organizadora, eleita nessa assembleia sem qualquer representatividade, não informou como vão funcionar as coisas.

Parece aquela velha estória: "esse jogo só vai terminar quando o meu time ganhar, e eu sou o dono da bola".

Democracia às avessas

"E a principal queixa desse grupamento político é que a CUT e seus sindicatos filiados são antidemocráticos. Mas isso, todos sabem que é apenas balela. Porque nas poucas entidades em que esse pessoal é maioria ou vota conforme eles querem ou está fora", diz Miguel Pereira.

Sectários ao limite, esses dirigentes não conseguem compreender que seu pensamento e suas propostas são minorias no movimento sindical, bancário e na sociedade de modo geral.

Para isso basta vermos os coeficientes de representação aferidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Enquanto a CUT é a maior central sindical da América Latina e continua crescendo, com 38% das entidades sindicais que possuem filiação a alguma central sindical no Brasil, a Conlutas sequer consegue ter registro sindical, uma vez que somente cerca de 1% das entidades, dentre todas as categorias de trabalhadores, declararam ter filiação a ela.

Quanto à Contraf-Cut, tem a representação de 90% de todos os bancários do país. Isso sim é legitimidade.

"Mas, na verdade, esse grupamento político tem um conceito de democracia estalinista. Ou seja, a minoria tem que dominar a maioria. É a democracia às avessas", critica o secretário de Organização da Contraf-CUT.

Democracia direta

Todo o processo da Campanha Nacional dos Bancários é construído passo a passo pelos bancários da base.

Desde as consultas, as assembleias para começar e findar as negociações, para a realização das greves, para aprovação dos acordos e convenções coletivas. Em tudo o bancário é convocado para decidir. Democracia direta.

Ao invés de aceitar essa condição de minoria e participar do processo e dos debates, os sindicatos de Bauru, Rio Grande do Norte e Maranhão ficam de fora criticando, jogando pedras, mas em nada ajudando na luta geral da categoria. Apesar de serem convidados todos os anos a participar do Comando Nacional dos Bancários. Condenam o processo, mas, incoerentemente, no final também assinam a Convenção Coletiva dos Bancários negociada pela Contaf-CUT.

História de lutas, conquistas e construção de cidadania

Nas últimas décadas, os bancários fizeram história. Além de ajudar na redemocratização do Brasil, a categoria garantiu muitas conquistas, que vão além das leis trabalhistas do país e servem de referência para os demais empregados. Porém, a atual diretoria do Sindicato dos Bancários do Maranhão quer jogar esta história no lixo seguindo na contramão da luta iniciada há mais de 30 anos. Desde então, a categoria passou a se organizar nacionalmente e, com muita união, hoje é uma das mais fortes do país.

Boa parte dos direitos que nós, bancários, temos hoje foi arrancada depois da fundação da CUT. Nesses últimos 28 anos, a categoria conseguiu uma Convenção Coletiva nacional, garantiu que parte do lucro que gerado pelo trabalho bancário fosse distribuído na forma de PLR, conquistou muitos outros direitos que serviram de exemplo para os demais trabalhadores, como a cesta - alimentação, o vale-refeição e, mais recentemente, a licença maternidade de 6 meses e o acordo histórico e inédito no país para combater o assédio moral nos bancos. Uma de nossas conquistas mais significativas é ter a garantia de que o mesmo salário e os mesmos benefícios que o bancário ou bancária da Avenida Paulista recebe são pagos àquela ou àquele que trabalha em uma agência do Oiapoque ou de Alto Alegre do Pindaré, no Maranhão. É pouco? Categorias muito bem organizadas ainda não conseguiram isso.

Nossa força é a nossa união. Por isso,

NÃO SAIR DA CUT,
NÃO NOS DIVIDIR
NÃO AO ISOLAMENTO

Fonte: Contraf-CUT


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