Reajuste do mínimo ainda não chega à renda média

Autor(es): Diogo Martins e Carlos Giffoni Valor Econômico - 23/03/2012   Os efeitos do reajuste do salário mínimo em 14%, de R$ 545 para R$ 622 em janeiro, ainda não foram incorporados totalmente ao rendimento médio real habitual da população ocupada das seis maiores regiões metropolitanas do país. Esse rendimento cresceu 1,2% em fevereiro em relação a janeiro, para R$ 1.699,70, patamar recorde desde o início da Pesquisa Mensal do Emprego (PME), em março de 2002. A avaliação é do gerente da coordenação de trabalho e rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo. Ontem, o IBGE divulgou que a taxa de desemprego em fevereiro ficou em 5,7%, pouco acima do 5,5% registrado em janeiro, e a menor para o mês desde 2002. De acordo com o especialista do IBGE, o aumento salarial ainda não foi endossado por grande parte do setor informal, que engloba os trabalhadores sem carteira assinada. Toda vez em que há aumento do salário mínimo, diz Azeredo, os efeitos do reajuste levam até dois meses para chegar a esse universo de trabalhadores, que totaliza 2,32 milhões de pessoas. "Ainda teremos respostas desse aumento no salário mínimo no grupo de pessoas sem carteira assinada", afirma ele. Todas categorias registraram aumento no rendimento médio real na passagem de janeiro para fevereiro. O maior deles foi apurado na indústria, onde o rendimento nesse período avançou 2,2%, para R$ 1.819,80. Na mesma base de comparação, a alta no setor da construção foi de 1,8%, para R$ 1.488,90. No comércio e nos serviços domésticos, o crescimento foi de 0,9% e 0,5%, respectivamente, para R$ 1.333,20 e R$ 676,40. Embora tenha crescido para 5,7%, a taxa de desocupação da população economicamente ativa (PEA) em fevereiro veio abaixo das expectativas de analistas consultados pelo Valor. A mediana do mercado estava em 5,9%. "O que tem surpreendido são os dados de criação de emprego. O mercado de trabalho formal mostra ímpeto bem forte de crescimento. Vemos isso no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ainda que em fevereiro a criação de vagas formais tenha sido menor do que no mesmo mês de 2011", diz Rafael Bacciotti, da Tendências Consultoria. Segundo o Ministério do Trabalho, foram criadas 150 mil vagas formais no mês passado, contra 280 mil em igual período do ano anterior.

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