“Boi, boi, boi, boi da cara preta Dizem que é da base Mas quem manda é o capa preta”

boi da cara preta e mula sem cabeça

Este texto do companheiro Doralvino Sena  animou muito o debate de nossa jovem militância sindical bancária e cutista da articulação. 
“Boi, boi, boi, boi da cara preta
Dizem que é da base
Mas quem manda é o capa preta”
Autor desconhecido
Musica comum nos encontros nacionais sindicais da década de oitenta.

Para muitos que ouvem/lêem nossos debates aqui, inúmeras polêmicas podem parecer novidade. Ledo engano, no fundo são reminiscências de discussões que remontam a década de oitenta, no mínimo. A todo o momento me vêem a mente grandes embates ocorridos naquela época. No entanto, a maior parte das discussões que já foram enterradas e superadas historicamente, teimam em retornar a la Jason sexta-feira treze....
O maior embate é e foi sempre o da Articulação, no inicio chamada 113, contra a esquerdalha. Por trás dos discursos havia uma convicção de setores que a luta se encontra num ascenso e que a derrubada do capitalismo era iminente. Caiu o muro, passamos por inúmeras crises do capitalismo nestes trinta anos e o ele continua vivo, graças inclusive a nós que fizemos conciliação de classe e não demos o golpe final na cabeça do bicho...
A maior falácia sempre era o índice que havia uma lenda urbana de que era mobilizador (mobiliza a dor), ou seja quanto maior mais aglutinava e maior era o potencial de ganho, como se estivéssemos discutindo mesada com o pai. E ai veio a campanha de 96 com índice de 236%, não houve mobilização, reajuste zero e inicio da fase de abonos. O ACT foi assinado por todos os sindicatos, inclusive os combativos...
Outro tema carinhosamente cultivado é o famoso “da base”. Como os sindicatos estavam e estão e vão continuar estando com a Articulação, a oposição permanente usa o termo para dar um pouco de credibilidade a suas teses. Assim todo aquele que representa no máximo a si mesmo, sempre se escuda “na base” para falar. Alias, qualquer demanda por mais absurda que parece se tu diz que ela é da base cria-se um verniz simpático, e isso se repete aqui toda hora. O vício se aprende rápido, a virtude da mais trabalho. Nunca vi quem fala “da base” mostrar procuração, é que nem quem fala em nome de Deus. Até que a comparação com a religião é precisa porque aqui graça o fanatismo, o dogmatismo e a inquisição não deixando nada a perder para a Idade Média. Não precisa ter representatividade, não precisa ser coerente, não precisa ser viável, basta ser “da base” e papel e internet aceita tudo.
Mas não há nada de novo sob o sol. A medida que tiver tempo e paciência vou rolar textos como este para que os novos colegas compreendam melhor as propostas e posicionamentos dos colegas que procuram novos adeptos a teses decrépitas e insistem em não ver o mundo novo que estamos construindo dia a dia com nosso trabalho e do povo brasileiro no governo democrático popular. Temos avançado, mas como é um governo de composição num estado democrático de direito, sempre é assim. Mas grande é a seara e poucos os ceifeiros e muitos os corneteiros que esquecem ou teimam em não ver o todo que apesar tudo, tudo, tudo que fizemos o passado é uma roupa que não nos serve mais...

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