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PSTU perde quase metade dos seus militantes
PSTU perde quase metade dos seus militantes
Eles foram acusados de se "burocratizar" dentro dos sindicatos e intimados a se desligarem das diretorias, mas preferiram deixar o partido.
Por Luana Ferreira
Sônia Godeiro (de óculos) e outros militantes do PSTU: "Eles não vão tirar nossa ideologia".
O PSTU perdeu 20 dos cerca de 50 militantes que mantinha no estado por divergências em relação ao controle dos sindicatos. Ele foi fundado em 1994 em Natal e não possui prefeitos, deputados ou vereadores no Rio Grande do Norte.
Em março, seis dos membros do PSTU que eram também diretores dos sindicatos da Saúde, Bancários e dos Servidores Federais receberam um ultimato do PSTU nacional para que deixassem os cargos, sob pena de serem expulsos do partido.
Eles faziam parte, com mais 14 militantes, da Regional 2, grupo liderado por Sônia Godeiro, que já foi candidata a governadora e constitui, junto com Dário Barbosa (da Regional 1), a "cara" do PSTU no Rio Grande do Norte.
Como não concordaram com o desligamento dos sindicatos, todos os 20 militantes da Regional 2 se afastaram do partido e a facção se acabou. O partido estava dividido em duas regionais há um ano, mas a divisão interna já existia, segundo os militantes, desde 2000.
"Eles queriam que a gente comungasse com todos as ideias do partido, e o sindicato é algo maior, que abriga trabalhadores com várias ideologias, inclusive de outros partidos", afirmou Sônia Goderio durante uma coletiva que a ex-Regional 2 convocou na manhã desta quarta-feira (15).
Outra queixa dos sindicalistas seria a atitude centralizadora da Executiva Nacional frente às discussões internas do partido. "A democracia dentro do partido se acabou", lamentou Marcos Tinôco, do SindBancários.
"Os dirigentes começaram a exercer uma relação de autoritarismo e posse nos sindicatos e deixaram de lado as questões políticas", afirmou por telefone, ao Nominuto.com, Dário Barbosa, presidente do diretório estadual e líder da Regional 1. Ele acusou os ex-companheiros, muitos deles há vários anos na direção dos sindicatos, de se "degenerarem" politicamente e se "burocratizarem" dentro das diretorias.
Para Dário Barbosa, que concorda com a decisão da Executiva Nacional, os militantes deveriam, sim, comungar com as ideias dos partidos. "Caso algum deles se elegesse vereador, como se comportariam nas votações?", perguntou.
"Eles agem assim porque não dirigem nada. São oposição a vida inteira", acusou Marcos Tinôco. Os ex-PSTU confirmaram que continuarão na luta sindical mas não consideram, ainda, o ingresso em outra legenda. "Eles podem tirar a sigla do PSTU de nós, mas não vão tirar nossa ideologia", resumiu o sentimento do grupo Gizélia Rocha, do SintSet (Servidores Federais).

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