BB lucra R$ 11,7 bilhões em 2010

Banco lucra alto mas não esclarece sobre impacto do superavit da previ, redução do drs e aumento das demandas trabalhistas.


Sumário do Resultado
BB lucra R$ 11,7 bilhões em 2010
Em 2010 o lucro líquido totalizou R$ 11.703 milhões, mostrando crescimento de 15,3% sobre o ano de
2009. O RSPL acumulado em 2010 foi de 27,0%. Em bases recorrentes o resultado de 2010 alcançou
R$ 10.664 milhões, apresentando evolução de 25,4% sobre 2009. O retorno recorrente sobre o
patrimônio líquido foi de 24,6%.
O Banco do Brasil registrou lucro líquido de R$ 4.002 milhões no quarto trimestre, resultado 3,7%
inferior ao apurado no mesmo período de 2009. Esse desempenho corresponde a retorno anualizado
sobre o patrimônio líquido médio (RSPL) de 36,6%. Desconsiderados os efeitos extraordinários, o lucro
recorrente chegou a R$ 3.704 milhões no trimestre, crescimento de 43,7% sobre o 3T10 e de 103,6%
sobre o verificado no 4T09. O RSPL recorrente foi de 33,6%.
8.506
10.664
3.704
2.056 2.327 2.578 1.764 1.819
10.148
11.703
4.002
2.351 2.725 2.625
4.155
1.979
56,8 31,5
25,9 28,0 26,2 30,7 27,0
36,6
22,8 22,5 24,2 26,5 25,7 25,8 24,6
33,6
3T09 4T09 1T10 2T10 3T10 4T10 2009 2010
Lucro Recorrente Lucro Líquido RSPLM - % RSPLM Recorrente - %
Figura 1. Lucro (R$ milhões) e RSPLM (%)
¨ Lucro líquido por ação de R$ 4,32 em 2010
Em 2010 o lucro líquido por ação alcançou R$ 4,32, valor 9,3% superior ao observado em 2009. No
comparativo trimestral, o lucro líquido por ação registrou R$ 1,43, 55,5% superior ao lucro líquido por
ação do 3T10.
0,77
1,62
0,92 1,06 0,92
1,43
3,95
4,32
3T09 4T09 1T10 2T10 3T10 4T10 2009 2010
Figura 2. Lucro líquido por ação
2 - Banco do Brasil – Sumário do Resultado 4º Trimestre/2010
Sumário do Resultado
4T10
¨ 40% do lucro líquido distribuído aos acionistas
O Banco do Brasil manteve a prática de distribuir 40% do lucro líquido a seus acionistas (payout). No
trimestre foram destinados R$ 917,4 milhões a título de dividendos e R$ 685,8 milhões a título de juros
sobre capital próprio (JCP).
476 478 518 525 674 686
1.858
2.403
315
1.184
444 565 376
917
2.201
2.302
791 962 1.090 1.050
1.603
4.059
1.662
4.706
3T09 4T09 1T10 2T10 3T10 4T10 2009 2010
Juros sobre Capital Próprio (R$ milhões) Dividendos (R$ milhões)
Figura 3. Dividendos e Juros sobre Capital Próprio
¨ BB consolida liderança do Sistema Financeiro com R$ 811 bilhões em ativos
O Banco do Brasil alcançou R$ 811.172 milhões em ativos totais ao final de dezembro, crescimento de
14,5% em relação a dezembro de 2009 e de 1,8% sobre o final do trimestre anterior. As carteiras de
crédito e de títulos e valores mobiliários mantiveram a tendência de expansão, registrando crescimento
respectivamente de 5,5% e 4,6% sobre o trimestre anterior.
Tabela 1. Principais Itens Patrimoniais
R$ milhões Dez/09 Set/10 Dez/10 s/Dez/09 s/Set/10
Ativos Totais 708.549 796.815 811.172 14,5 1,8
Carteira de Crédito 300.829 339.826 358.366 19,1 5,5
Títulos e Valores Mobiliários 124.337 137.595 143.867 15,7 4,6
Aplicações Interf inanceiras de Liquidez 168.398 135.300 107.579 (36,1) (20,5)
Depósitos 672.429 348.336 760.432 13,1 118,3
à Vista 337.564 59.018 376.851 11,6 538,5
de Poupança 56.459 85.703 63.503 12,5 (25,9)
Interf inanceiros 75.742 11.216 89.288 17,9 696,1
a Prazo 11.619 192.042 18.998 63,5 (90,1)
Captações no Mercado Aberto 229 165.594 410 78,7 (99,8)
Patrimônio Líquido 36.119 48.204 50.441 39,6 4,6
Var . %
¨ Crédito supera R$ 388 bilhões
A carteira de crédito, em conceito ampliado que inclui garantias prestadas e os títulos e valores
mobiliários privados, atingiu R$ 388.224 milhões, crescimento de 6,3% no trimestre e de 20,8% em
doze meses. A carteira de crédito classificada (conforme resolução CMN 2.682) chegou a R$ 358.366
milhões, expansão de 19,1% em 12 meses e de 5,5% no trimestre. A carteira doméstica cresceu 19,2%
em um ano e 5,0% sobre setembro. A participação do Banco do Brasil no mercado doméstico foi de
19,8% em dezembro de 2010.
3 - Banco do Brasil – Sumário do Resultado 4º Trimestre/2010
Sumário do Resultado
4T10
A carteira doméstica apresentou crescimento de 19,2% em relação a dezembro de 2009, em linha com
as estimativas para 2010 fornecidas ao mercado por ocasião da divulgação de resultados do 4T09. O
Guidance 2010 projetava crescimento entre 18% a 23% no ano.
Tabela 2. Carteira de Crédito
V ar . %
R$ milhões De z /09 M ar /10 Jun/10 Se t/10 De z /10 s /De z /09 s /Se t/10
Car te ir a Total 300.829 305.551 326.522 339.826 358.366 1 9,1 5,5
País 283.560 288.044 307.018 321.822 337.921 1 9,2 5 ,0
Pes soa Fís ica 91.791 95.092 101.122 107.368 113.096 2 3,2 5 ,3
CDC Cons ignação 36.514 38.550 40.476 42.178 44.976 2 3,2 6 ,6
Financ iamento a V eículos 20.738 21.037 22.774 25.304 27.395 3 2,1 8 ,3
Pes soa Jurídic a 125.336 128.080 135.575 140.502 149.810 1 9,5 6 ,6
MPE 44.920 45.215 47.382 48.496 50.916 1 3,3 5 ,0
Médias e Grandes 80.416 82.865 88.193 92.006 98.894 2 3,0 7 ,5
A gronegóc io 66.434 64.872 70.321 73.952 75.015 1 2,9 1 ,4
Exte r ior 17.268 17.507 19.504 18.004 20.445 1 8,4 13,6
¨ Crédito ao consumo lidera expansão da carteira
O crédito às pessoas físicas atingiu R$ 113.096 milhões em dezembro de 2010, crescimento de 23,2%
em um ano e de 5,3% no trimestre. Trata-se da carteira com ritmo mais acelerado de crescimento, com
participação relativa de 31,6% da carteira total. Entre as linhas de crédito mais relevantes, destaque
para o crescimento das operações de financiamento a veículos, que registraram expansão de 8,3%
sobre setembro e de 32,1% sobre dezembro de 2009. As operações de crédito consignado
apresentaram crescimento de 6,6% no trimestre, e se mantêm como a principal linha de financiamento
ao consumo no BB.
As operações com pessoas jurídicas, que representam 41,8% da carteira total do BB, atingiram R$
149.810 milhões em dezembro de 2010, expansão de 19,5% em doze meses e de 6,6% sobre o final
do trimestre anterior. Tanto na comparação trimestral como em doze meses o crescimento esteve
concentrado nas operações com médias e grandes empresas (segmentos middle e corporate).
A carteira de agronegócios registrou crescimento de 12,9% sobre dezembro de 2009 e de 1,4% em
comparação com o trimestre anterior. Esse pequeno incremento em relação ao 3T10 deu-se em função
da concentração de liberação de crédito para custeio que ocorre sempre nos terceiros trimestres de
cada ano (início do ano safra).
Quanto à carteira externa, houve expansão de 18,4% em doze meses e de 13,6% sobre setembro.
Cabe destacar que esta carteira é altamente influenciada pela variação cambial, já que compreende
operações contratadas em outras moedas, com destaque para o dólar americano e o iene.
¨ Lucro recorrente reflete expansão das operações, melhoria no risco de
crédito e controle de despesas
O resultado recorrente do trimestre registrou crescimento de 103,6% sobre o mesmo período do ano
anterior e de 43,7% sobre o 3T10. Tanto na comparação com o trimestre anterior, como em relação ao
mesmo período de 2009, a evolução do resultado recorrente baseou-se:
· Na expansão dos negócios: que se refletiu no crescimento das rendas de tarifas;
· Na melhoria do risco de crédito: que possibilitou redução das despesas com provisões para
créditos de liquidação duvidosa; e
· No resultado da reavaliação atuarial de ativos e passivos da Previ-Plano I.
4 - Banco do Brasil – Sumário do Resultado 4º Trimestre/2010
Sumário do Resultado
4T10
A tabela a seguir, extraída do demonstrativo de resultados com realocações, apresenta os principais
destaques do período. O detalhamento das realocações pode ser encontrado na seção 5.3.1 do
Relatório Análise do Desempenho.
Tabela 3. DRE com Realocações – Principais linhas
Var. %
R$ milhões 4T09 3T10 4T10 s/4T09 s/3T10 2009 2010 s/2009
Receitas da Intermediação Financeira 17.984 21.398 21.736 20,9 1,6 65.329 81.209 24,3
Operações de Crédito + Leasing 12.177 14.550 14.526 19,3 (0,2) 42.303 54.992 30,0
Resultado de Operações com TVM 5.321 6.262 6.137 15,3 (2,0) 21.350 23.238 8,8
Despesas da Intermediação Financeira (8.715) (11.213) (11.568) 32,7 3,2 (32.269) (42.038) 30,3
Margem Financeira Bruta 9.268 10.185 10.169 9,7 (0,2) 33.060 39.171 18,5
Provisão p /Créd. de Liquidação Duvidosa (2.946) (2.639) (2.139) (27,4) (19,0) (11.629) (10.675) (8,2)
Margem Financeira Líquida 6.322 7.546 8.030 27,0 6,4 21.431 28.497 33,0
Rendas de Tarifas 3.606 4.053 4.227 17,2 4,3 13.511 15.868 17,4
Res.de Op. c/ Seguros, Previdencia e Cap. 408 488 491 20,5 0,6 1.574 1.888 19,9
Margem de Contribuição 9.371 11.176 11.779 25,7 5,4 33.367 42.625 27,7
Despesas Administrativas (5.465) (5.726) (6.068) 11,0 6,0 (19.185) (22.565) 17,6
Despesas de Pessoal (2.844) (3.186) (3.270) 15,0 2,6 (10.280) (12.244) 19,1
Outras Despesas Administrativas (2.621) (2.541) (2.798) 6,8 10,1 (8.905) (10.322) 15,9
Resultado Comercial 3.880 5.421 5.693 46,7 5,0 14.083 19.953 41,7
Demandas Cíveis 46 (259) 35 (23,0) - (242) (427) 76,6
Demandas Trabalhistas (49) (256) 92 - - (260) (649) 149,7
Outros componentes do Resultado (964) (874) 368 - - 185 (1.376) -
Resultado Antes da Tributação s/ o Lucro 2.934 4.057 6.186 110,8 52,5 13.844 17.543 26,7
Imposto de Renda e Contribuição Social (853) (1.072) (1.923) 125,3 79,4 (4.155) (5.242) 26,2
Participações Estatutárias no Lucro (262) (408) (559) 113,2 37,2 (1.157) (1.637) 41,5
Resultado Recorrente 1.819 2.578 3.704 103,6 43,7 8.506 10.664 25,4
Fluxo Trimestral Var. % Fluxo Anual
Tabela 4. Principais Indicadores do Resultado
Indicador e s - % 4T09 1T10 2T10 3T10 4T10 2009 2010
Spread Global¹ 6,7 6,5 6,5 6,5 6,3 6,7 6,3
Despes as de PCLD sobre Carteira² 4,6 4,5 4,1 3,8 3,3 4,6 3,3
Índic e de Ef ic iênc ia³ 44,4 44,3 42,7 45,0 39,0 43,4 42,6
RSPL Rec orrente¹ 22,5 24,2 26,5 25,7 33,6 25,8 24,6
Tax a Ef etiva de Impos to 31,9 33,9 33,9 29,4 34,2 32,7 33,0
(1) Indicadores anualizados.
(2) Despesas de PCLD acumuladas em 12 meses divididas pela carteira média do mesmo período.
(3) No cálculo foram segregados os efeitos extraordinários do período.
¨ Margem Financeira mantém expansão
A margem financeira bruta (MFB) alcançou R$ 10.169 milhões no 4T10, o que representa expansão de
9,7% sobre o 4T09. Em 2010 a MFB totalizou R$ 39.171 milhões, registrando crescimento de 18,5%
sobre o ano anterior.
O desempenho da margem nos últimos 12 meses reflete a expansão dos ativos, em especial das
operações de crédito e das aplicações em títulos e valores mobiliários. Cabe destacar que, no caso das
comparações com 2009, a margem foi beneficiada pela aquisição dos bancos Nossa Caixa e
Votorantim.
No trimestre a redução do spread é explicada basicamente pelos seguintes fatores: (i) menor
recuperação de crédito no 4T10 em comparação ao trimestre anterior; (ii) redução do spread das
operações de crédito em razão do acirramento da concorrência no mercado de crédito e,
principalmente, pela continuidade do processo de alteração no mix das carteiras, com maior
concentração em operações de menor risco; e (iii) aumento das aplicações compulsórias, em razão das
medidas editadas pelo Banco Central ao longo do ano de 2010.
5 - Banco do Brasil – Sumário do Resultado 4º Trimestre/2010
Sumário do Resultado
4T10
A tabela a seguir apresenta a formação da margem financeira bruta. Destaca-se a contribuição da
carteira de crédito em suas principais linhas de negócios e segregam-se os valores correspondentes às
receitas com recuperação de créditos baixados para prejuízo e relativas aos depósitos compulsórios
com remuneração. Complementa a formação da margem o item “demais receitas”, composto
principalmente pelo resultado da tesouraria, decorrente de operações com títulos e valores mobiliários,
derivativos e operações de câmbio.
O Banco Central promoveu alterações nas regras dos depósitos compulsórios no 2T10 e 4T10. Essas
mudanças trouxeram dois impactos principais sobre as demonstrações financeiras do BB nos últimos
trimestres. De um lado houve redução de recursos disponíveis para aplicações mais rentáveis resultado
da elevação de alíquotas. Por outro lado houve uma mudança na forma de recolhimento, o que implicou
em migração de recursos das aplicações interfinanceiras de liquidez para depósitos compulsórios.
Esses movimentos explicam o crescimento observado na linha “Compulsório Rentável” da tabela
abaixo.
Tabela 5. MFB por linha de negócio
Var. %
R$ milhões 4T09 3T10 4T10 s/4T09 s/3T10 2009 2010 s/2009
Margem Financeira Bruta 9.268 10.185 10.169 9,7 (0,2) 33.060 39.171 18,5
Operações de Crédito 6.852 6.970 6.934 1,2 (0,5) 23.570 27.732 17,7
Pessoa Física 3.741 3.967 3.964 5,9 (0,1) 12.413 15.823 27,5
Pessoa Jurídica 2.178 1.991 1.902 (12,7) (4,5) 7.576 7.872 3,9
Agronegócios 933 1.012 1.068 14,5 5,5 3.581 4.037 12,7
Demais 2.416 3.216 3.235 33,9 0,6 9.491 11.440 20,5
Compulsório Rentável 214 1.119 1.276 495,4 14,1 816 2.395 193,4
Recuperação de Crédito 647 1.052 863 33,5 (17,9) 2.059 1.916 (7,0)
Demais 1.555 1.045 1.095 (29,6) 4,8 6.615 7.129 7,8
Fluxo Trimestral Var. % Fluxo Anual
O spread global bruto do 4T10 foi de 6,3%, mostrando redução de 20 pontos base em relação ao
trimestre anterior e 40 pontos base sobre aquele verificado no 4T09.
O desempenho do spread global na comparação com o ano de 2009 foi limitado, além das alterações
nos depósitos compulsórios, pela redução do spread das operações de crédito e pela consolidação do
Banco Votorantim, que não possui uma base de depósitos de varejo de baixo custo e opera em
segmentos de menor risco/spread.
O spread gerencial das operações de crédito foi de 8,7% no 4T10, queda de 50 pontos base sobre o
trimestre anterior e de 140 pontos base sobre o 4T09. Em 2010 o spread foi de 9,0%, retração de 80
pontos base sobre 2009. O comportamento do spread está associado principalmente a alterações no
mix das carteiras, com aumento da participação relativa de operações com menor risco e, portanto,
menor spread. No caso da carteira PF houve um aumento da representatividade das operações de
crédito consignado e financiamento a veículos. Na carteira PJ as operações com médias e grandes
empresas apresentaram crescimento mais acelerado.
A percepção de que a oscilação do spread decorre de alterações no mix das carteiras, com maior
representatividade das operações de menor risco, é corroborada pelo indicador “Spread Global
Ajustado pelo Risco”, apurado com base na relação entre a margem financeira líquida e os ativos
rentáveis. Além da margem financeira bruta, o spread ajustado pelo risco leva em consideração as
despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa. O indicador encerrou o 4T10 em 4,9%,
registrando crescimento de 10 pontos base sobre o trimestre anterior e de 40 pontos base sobre o
4T09. Na comparação entre 2010 e 2009 o spread ajustado pelo risco mostra crescimento de 30 pontos
base.
6 - Banco do Brasil – Sumário do Resultado 4º Trimestre/2010
Sumário do Resultado
4T10
Tabela 6. Spread Anualizado
% 4T09 3T10 4T10 2009 2010
Operações de Crédito 10,1 9,2 8,7 9,8 9,0
Pessoa Física 18,6 16,4 15,5 18,7 15,9
Pessoa Jurídica 7,4 6,2 5,6 7,2 6,0
Agronegócios 5,3 5,5 5,6 5,3 5,6
Demais 3,4 4,0 3,9 3,7 3,6
Spread Global 6,7 6,5 6,3 6,7 6,3
Spread Global Ajustado pelo Risco 4,5 4,8 4,9 4,3 4,6
¨ Qualidade da carteira reflete menores despesas com provisões
A inadimplência se manteve em baixa no trimestre. Em dezembro, os indicadores que mensuram o
percentual de operações vencidas há mais de 60 e 90 dias apresentaram queda de 40 pontos base em
relação a setembro, e queda expressiva de 100 pontos base em relação a dezembro de 2009. Da
mesma forma, o indicador de atrasos superiores a 15 dias manteve a tendência de queda, registrando
retração de 70 pontos base sobre setembro e de 140 pontos base sobre dezembro de 2009. Os três
indicadores de atrasos (15, 60 e 90 dias) ficaram, em dezembro de 2010, 10 pontos base acima do
menor patamar de suas séries históricas. A adimplência no BB se mantém substancialmente melhor
àquela aquela observada no Sistema Financeiro Nacional.
As operações de crédito classificadas com risco de AA até C representavam 93,7% ao final de
dezembro. Este índice apresentou melhora de 90 pontos base sobre setembro e de 210 pontos base
sobre dezembro de 2009.
Tabela 7. Indicadores de Qualidade da Carteira de Crédito
% Dez/09 Set/10 Dez/10
Operações vencidas + 15 dias/Total da Carteira 5,1 4,4 3,7
Operações vencidas + 60 dias/Total da Carteira 3,7 3,1 2,7
Operações vencidas + 90 dias/Total da Carteira 3,3 2,7 2,3
Operações de risco AA - C / Total da Carteira 91,6 92,8 93,7
Provisão/Carteira de Crédito 6,2 5,3 4,8
Provisão/Operações Vencidas + 60dias 166,3 171,3 182,2
Provisão/Operações Vencidas + 90dias 190,3 201,0 212,1
Risco Médio BB 5,3 4,8 4,3
Risco Médio – SFN 6,9 5,8 5,6
Operações Vencidas + 90 dias/Total da Carteira – SFN 4,4 3,4 3,2
Em linha com a melhora observada na qualidade da carteira, houve redução nas despesas com
provisões para créditos de liquidação duvidosa (PCLD). No trimestre essas despesas totalizaram R$
2.139 milhões, o que representa queda de 19,0% sobre o trimestre anterior e de 27,5% sobre as
despesas observadas no 4T09. Na comparação entre 2010 e 2009 as despesas com provisão também
apresentam retração, neste caso de 8,2%.
O índice que mede a relação entre as despesas com PCLD acumuladas em doze meses e a carteira de
crédito média do mesmo período encerrou o 4T10 em 3,3%, ante 3,8% no trimestre anterior e 4,6% no
4T09.
7 - Banco do Brasil – Sumário do Resultado 4º Trimestre/2010
Sumário do Resultado
4T10
Tabela 8. Despesas de PCLD sobre Carteira de Crédito
R$ milhões 4T09 3T10 4T10
(A) Despesas de PCLD Trimestral (2.950) (2.639) (2.139)
(B) Despesas de PCLD - 12 Meses (11.629) (11.486) (10.675)
(C) Carteira de Crédito 300.829 339.826 358.366
(D) Média da Carteira - 3 Meses 282.405 334.640 352.699
(E) Média da Carteira - 12 Meses 250.888 306.075 325.051
Despesas sobre Carteira (A/D) - % 1,0 0,8 0,6
Despesas sobre Carteira (B/E) - % 4,6 3,8 3,3
Não obstante a melhora nos índices de qualidade da carteira e a perceptível melhora no ambiente
econômico e de negócios, o Banco do Brasil manteve a prudência em relação ao saldo das provisões
para risco de crédito e ao percentual de cobertura da carteira. O saldo das provisões encerrou o
trimestre em R$ 17.315 milhões, o que proporciona cobertura de 212,1% das operações vencidas há
mais de 90 dias.
¨ Receitas de prestação de serviços e resultado de seguros em expansão
As receitas de prestação de serviços (RPS) alcançaram R$ 4.277 milhões no 4T10, o que equivale a
crescimento de 4,3% sobre o trimestre anterior e de 17,2% em relação ao 4T09. Em 2010 as RPS
totalizaram R$ 15.868 milhões, registrando crescimento de 17,4% sobre 2009.
Destaque para o crescimento das receitas com cartões. Tanto na comparação com o trimestre anterior
quanto em relação ao mesmo trimestre de 2009, a expansão de negócios nesse segmento foi
fundamental para garantir o crescimento das rendas de tarifas. Outro destaque refere-se às receitas de
mercado de capitais que cresceram 33,1% na comparação 2010 – 2009 e alcançaram R$ 436 milhões
em 2010.
O resultado das operações com seguros (não inclui receitas com prestação de serviços) somou R$ 491
milhões no 4T10, registrando crescimento de 20,5% sobre o 4T09. Em 2010 essas receitas totalizaram
R$ 1.888 milhões, expansão de 19,9% sobre o observado no ano anterior.
Tabela 9. Rendas de Tarifas e Resultado de Operações com Seguros
Var. %
R$ milhões 4T09 3T10 4T10 s/4T09 s/3T10 2009 2010 s/2009
Rendas de Tarifas 3.606 4.053 4.227 17,2 4,3 13.511 15.868 17,4
Conta Corrente 908 911 1.035 14,0 13,7 3.388 3.807 12,4
Cartão de Crédito/Débito 680 833 876 28,9 5,3 2.450 3.148 28,5
Administração de Fundos 540 613 586 8,5 (4,4) 2.024 2.310 14,2
Operações de Crédito 360 467 430 19,5 (8,0) 1.365 1.616 18,4
Cobrança 308 302 304 (1,1) 0,8 1.138 1.197 5,1
Seguros, Previdência e Capitalização 112 164 187 66,7 14,0 402 647 61,1
Arrecadações 137 158 173 26,0 9,3 503 614 22,3
Interbancária 137 139 144 5,3 3,6 509 549 8,0
Rendas de Mercado de Capitais 70 119 113 62,9 (4,4) 328 436 33,1
Outros 355 349 378 6,4 8,5 1.405 1.543 9,8
Resultado de Operações com Seguros 408 488 491 20,5 0,6 1.574 1.888 19,9
Fluxo Trimestral Var. % Fluxo Anual
8 - Banco do Brasil – Sumário do Resultado 4º Trimestre/2010
Sumário do Resultado
4T10
¨ Controle de gastos: despesas administrativas em linha com o Guidance
As despesas administrativas, que compreendem as despesas de pessoal e as outras despesas
administrativas, totalizaram R$ 6.068 milhões no 4T10, crescimento de 6,0% sobre o trimestre anterior
e de 11,0% sobre o 4T09. Em 2010 as despesas totalizaram R$ 22.565 milhões, crescimento de 17,6%
em relação a 2009.
Assim como no caso das receitas de prestação de serviços, a comparação com o ano de 2009 fica
prejudicada pela consolidação dos bancos Nossa Caixa (a partir do 2T09) e Votorantim (a partir do
4T09). Por esse motivo foi preparada a tabela a seguir, que traz uma base de comparação proforma
para o ano de 2009, simulando a consolidação dos bancos adquiridos durante todo o exercício.
No comparativo proforma, que também pode ser utilizado para fins de acompanhamento do Guidance
2010, as despesas do BB em 2010 apresentam crescimento de 10,3% sobre o ano de 2009,
crescimento que se situa próximo ao patamar inferior da range de estimativas fornecidas ao mercado.
Tabela 10. Despesas Administrativas – Base de Comparação Proforma
Var. %
R$ milhões 4T09 3T10 4T10 s/4T09 s/3T10 2009 2010 s/2009
BB Consolidado ¹ (5.465) (5.726) (6.068) 11,0 6,0 (20.457) (22.565) 10,3
Despesas de Pessoal (2.844) (3.186) (3.270) 15,0 2,6 (10.858) (12.244) 12,8
Outras Despesas Administrativas (2.621) (2.541) (2.798) 6,8 10,1 (9.599) (10.322) 7,5
Fluxo Trimestral Var. % Fluxo Anual
(1) Para fins de comparabilidade a tabela traz dados proforma, simulando a consolidação de despesas dos Bancos Votorantim e Nossa Caixa
durante todo o exercício de 2009.
¨ Índice de Basileia fortalecido pelo aumento de capital
O índice de capital (K) do Banco do Brasil encerrou dezembro de 2010 em 14,1%, apresentando
crescimento de 30 pontos base em relação ao observado em dezembro de 2009. O índice de Basileia
apresentado indica um excesso de patrimônio de referência de R$ 14,6 bilhões, o que permite a
expansão de até R$ 110,7 bilhões em ativos de crédito, considerando a ponderação de 100%.
A evolução do índice no ano é explicada pelo aumento de capital conduzido pelo BB em junho. Naquela
operação o BB levantou R$ 7 bilhões por meio de oferta pública. Além de fortalecer o capital de Nível 1
da instituição, a oferta expande o limite para que o BB reforce sua base de capital de Nível 2.
9,1 10,6 9,5 8,8 10,2 11,0
3,9
3,2 4,3
4,1
4,0 3,1
13,0
13,8 13,7
12,8
14,2 14,1
Set/09 Dez/09 Jan/10 Mar/10 Set/10 Dez/10
Nível I Nível II
Figura 4. Índice de Basileia
9 - Banco do Brasil – Sumário do Resultado 4º Trimestre/2010
Sumário do Resultado
4T10
¨ Eventos extraordinários
Os efeitos extraordinários agregaram R$ 298 milhões ao lucro líquido do BB no 4T10 e R$ 1.039
milhões no cômputo geral de 2010. Esses impactos já estão líquidos de impostos e participações
estatutárias no lucro. Os itens extraordinários e seus valores antes de impostos encontram-se
detalhados a seguir.
4T10
· Eficiência tributária gerada pelo Banco em revisão periódica quanto ao tratamento da dedutibilidade
das despesas tributárias utilizadas até então. Em face desta revisão foi possível obter uma
eficiência tributária no 4T10 no valor de R$ 460 milhões.
· Despesas de demandas cíveis de planos econômicos no montante de R$ 231 milhões.
3T10
· Reversão de provisões para demandas cíveis de planos econômicos no montante de R$ 84
milhões.
2T10
· Reversão de PCLD adicional no montante de R$ 332 milhões em razão de melhorias no perfil de
risco da carteira de agronegócios.
· Despesas de demandas cíveis de planos econômicos no montante de R$ 140 milhões.
· Ganho de capital no valor de R$ 114 milhões, em decorrência da reestruturação societária da
Brasilprev. O Banco do Brasil aumentou sua participação no capital total daquela companhia de
50% para 75%.
· Reversão de demandas cíveis e trabalhistas no valor de R$ 250 milhões, em razão da finalização
do cadastramento de processos oriundos do BESC nos sistemas e metodologias do BB. Mais
informações sobre esse item estão disponíveis no capítulo 5.3.1 do relatório análise do
desempenho.
1T10
· Despesas de demandas cíveis de planos econômicos no montante de R$ 85 milhões.
· Reversão de provisões para demandas trabalhistas no montante de R$ 568 milhões. O valor referese
a demandas até então contabilizadas no BNC e que foram migradas para os sistemas e
metodologias do Banco do Brasil.
· Alienação parcial de investimentos, de ações do conglomerado que correspondem a 0,156% do
capital da empresa Visa Inc., gerando resultado extraordinário positivo de R$ 214 milhões no
trimestre. O Banco do Brasil ainda detêm, em conjunto com o BB BI, ações representativas de
0,159% do capital da Visa Inc.
Tabela 11. Itens Extraordinários
R$ milhões 1T10 2T10 3T10 4T10 2010
Lucro Líquido Recorrente 2.056 2.327 2.578 3.704 10.664
(+) Efeitos Extraordinários do Período 384 310 47 298 1.039
Venda da Participação na VISA Internacional 214 - - - 214
Planos Econômicos (85) (140) 84 (231) (371)
Eficiência Tributária - - - 460 460
Passivos Contingentes (BESC) - 250 - - 250
Reversão de Passivos Trabalhistas 568 - - - 568
PCLD Adicional - 332 - - 332
Ganho de Capital - BB Seguros Participações - 114 - - 114
Efeitos Fiscais e PLR sobre Itens Extraordinários (313) (246) (37) 70 (527)
Ativo Atuarial PREVI - Ajustes (88) 88 - - -
Lucro Líquido 2.351 2.725 2.625 4.002 11.703
10 - Banco do Brasil – Sumário do Resultado 4º Trimestre/2010
Sumário do Resultado
4T10
¨ Desempenho no trimestre em linha com Estimativas 2010
O desempenho do Banco do Brasil em 2010 ficou em linha com as estimativas divulgadas ao mercado
por ocasião do anúncio do resultado do 4T09.
As razões para os indicadores que apresentaram diferenças entre as projeções divulgadas e os
resultados efetivamente obtidos estão evidenciadas abaixo:
Spread Global Bruto – o desempenho verificado em 2010 é explicado pelo acirramento da
concorrência no mercado de crédito. Nada obstante, o Banco registrou crescimento de 18,5% em
sua margem financeira sobre o ano anterior;
Carteira de Crédito PF – apesar do bom desempenho observado nas operações de financiamento a
veículos, que registraram crescimento de 32,1% no ano e superaram a média de crescimento da
carteira PF, as operações de crédito consignado, que têm a maior relevância no cômputo do crédito
PF, apresentaram contratação abaixo do originalmente estimado;
Carteira de Crédito Agronegócios – aumento na participação das agroindústrias na carteira;
PCLD – melhoria na qualidade da carteira de crédito devido a mudanças no mix, com ênfase em
operações de melhor risco de crédito, aliada a um ambiente macroeconômico mais favorável; e
RPS – diversificação das fontes de receitas e ampliação dos serviços prestados, objetivando
fidelizar e rentabilizar a base de clientes.
Tabela 12. Guidance 2010
Indicadores Realizado 2010 Estimativas 2010
RSPL Recorrente 24,6% 21% - 24%
Spread Global Bruto 6,3% 6,5% - 7,0%
Depósitos Totais 11,6% 12% - 16%
Carteira de Crédito - País 19,2% 18% - 23%
PF 23,2% 27% - 32%
PJ 19,5% 16% - 21%
Agronegócio 12,9% 4% - 9%
PCLD 3,3% 3,7% - 3,9%
RPS¹ 12,6% 7% - 10%
Despesas Administrativas¹ 10,3% 10% - 12%
Taxa de Imposto 32,9% 31% - 34%
(1) As contas de resultado do BB Consolidado foram sensibilizadas pela aquisição do Banco Nossa Caixa apenas a partir do 2T09 e pela
aquisição do Banco Votorantim apenas a partir do 4T09. Portanto, para fins de comparabilidade, foi realizada uma base proforma, que
simula a consolidação daqueles bancos durante todo o exercício de 2009.
11 - Banco do Brasil – Sumário do Resultado 4º Trimestre/2010
Sumário do Resultado
4T10
¨ Guidance: Estimativas para 2011 confirmam a confiança do BB na expansão
dos negócios
Tabela 13. Guidance 2011
Indicadores Estimativas 2011
RSPL Recorrente 21% - 24%
Margem Financeira Bruta* 16% - 20%
Depósitos Totais 14% - 18%
Carteira de Crédito - País 17% - 20%
PF 19% - 23%
PJ 17% - 20%
Agronegócio 5% - 8%
PCLD 3,3% - 3,7%
RPS 12% - 17%
Despesas Administrativas 10% - 13%
Taxa de Imposto 31% - 34%
(*) o indicador Spread Global Bruto foi substituído pelo crescimento da Margem Financeira Bruta
As estimativas para 2011 foram elaboradas levando em consideração as seguintes premissas:
Premissas influenciadas pela administração:
Rentabilização da carteira de clientes como forma de potencializar receitas;
Alinhamento da estrutura de custos ao crescimento do volume de negócios;
Reajustes contratuais e acordo coletivo de trabalho, alinhados à prática de mercado;
Crescimento da força de vendas adequada à estratégia de rentabilização da base de clientes;
Manutenção do atual modelo de negócios, sem considerar novas aquisições e/ou parcerias
estratégicas, que possam vir a ser firmadas para exploração de segmentos específicos;
Reconhecimento de ganhos e perdas atuariais do Plano de Benefícios I da Previ, conforme
determina a Deliberação CVM 600/2009.
Premissas que escapam ao controle da administração:
Continuidade do crescimento econômico mundial em 2011;
Maior resistência, mas não imunidade, da economia brasileira a choques externos;
Ambiente político sem ruptura institucional;
Manutenção da atual arquitetura da política macroeconômica doméstica: câmbio flutuante,
metas para a inflação (âncora nominal) e disciplina fiscal, implicando redução gradual e
consistente da relação entre a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) e o Produto Interno
Bruto (PIB);
Avanço do marco regulatório/agenda microeconômica, com estímulos aos investimentos
público e privado;
Aumento gradual do potencial de crescimento da economia brasileira (PIB potencial);
Manutenção do status de grau de investimento para o Brasil;
Plano de safra 2011/2012;
Estabilidade regulatória, inclusive no que concerne às alíquotas de tributos incidentes sobre as
atividades do Banco, às legislações trabalhista e previdenciária;
Evolução das taxas de juros, inflação e PIB de acordo com o consenso de mercado.

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